Campeão dos campeões nasceu em Coimbra

Filipe Albuquerque assume-se, aos 25 anos, uma das maiores surpresas do automobilismo Mundial. O português, que aos oito anos começou a conduzir karts por brincadeira, venceu domingo a Corrida dos Campeões, que anualmente junta na mesma pista pilotos de várias modalidades, incluindo os actuais campeões de Rali e Fórmula 1. E o futuro aparenta ser brilhante.

Filipe Albuquerque correu com a bandeira portuguesa ao vento

Foi à melhor de três (2-1) que Filipe Albuquerque derrotou ontem o francês Sébastien Loeb, na final da Race of Champions (Corrida dos Campeões), competição anual que junta na mesma pista e a competir com carros exactamente iguais os melhores pilotos de quatro e duas rodas do planeta. A edição deste ano decorreu em Dusseldorf, na Alemanha, juntando “estrelas” míticas como Michael Schumacher ou Alain Prost e mais de 35 mil pessoas na bancada. A jogar em casa, Sebastian Vettel, o novo campeão de Fórmula 1, não conseguiu ser melhor que Albuquerque, o antigo colega na equipa junior da Red Bull. O português enfrentou o germânico na fase de grupos e na meia-final. E soube superiorizar-se em ambas para chegar ao duelo do título.

A pista dos campeões, em Dusseldorf

“Hoje foi o meu dia”, disse no final Filipe Albuquerque, estreante na Race of Champions e pleno de satisfação: “Tudo correu bem e não cometi erros”. O português recordou que Loeb foi um oisso duro de roer na final porque o francês “estava muito empenhado”. “Limitei-me a conduzir o meu carro e quando ganhei a primeira corrida fiquei muito feliz. Na segunda, cometi um pequeno erro e ele aproveitou. E nesta provas estes pequenos erros podem custar a vitória. Mas na decisiva prova corri bem e sem erros. É inacreditável estar aqui pela primeira vez e vencer”, reforçou Albuquerque.

Para Loeb, “Filipe foi muito forte”. “Dei tudo, venci todas as minhas provas excepto a que mais interessava, a final. Mas tenho a certeza de que o Filipe vai estar cá outra vez no próximo ano para defender o títuylo e eu espero que o possa enfrentar de novo”, concretizou o francês, campeão mundial de Ralis desde 2004 (sete títulos de seguida).

Albuquerque e Loeb no pódio

Vettel defendeu que “teria sido interessante ter os campeões de Fórmula 1 e de Rali na final, mas não estava destinado assim”. “O Filipe fez uma boa corrida. Com tantas corridas seguidas e apenas uma nos quartos e nas meias-finais, por vezes a coisa corre a nosso favor, outras não. Contra o Michael Schumacher, nos quartos, correu a meu favor, mas na meia eu puxei demais pelo carro na primeira curva e perdi algum tempo”, explicou o alemão, batido pelo ex-colega de equipa, que viria a juntar o título Mundial ao de Campeão dos Campeões de Portugal, da Península Ibérica e do sul da Europa.

Dezassete anos ao volante
Filipe Albuquerque começou a conduzir karts em 1993. “Por brincadeira”, assume. “Depressa se tornou sério” e em 2005, com dois títulos nacionais no currículo e já apoiado pela Red Bull mudou-se para a Fórmula 3 espanhola. E daí para a Fórmula Renault 2.0. Três prometedoras temporadas na extinta A1 Grand Prix Series abriram-lhe as portas da GT3 italiana, onde este se sagrou vice-campeão ao volante de um Audi R8 LMS.

A festa e o abraço da viória

Aos 25 anos, Albuquerque mantém-se solteiro, mas o coração está “preso” há quase dois anos. O piloto de Coimbra namora com a advogada Joana Pires Araújo, que conquistou após um jantar de amigos a que faltaram… os amigos. “O Filipe é uma excelente pessoa. É muito puro, muito simples e muito optimista. A nível físico, é atleta. Ele atrai-me da ponta dos cabelos à ponta dos pés”, confessou Joana, este ano, à revista VIP. O casamento está no horizonte, mas para já ainda nem vivem juntos revelou o piloto. Com este título Mundial, a agenda de Albuquerque vai ficar ainda mais preenchida, o tempo mais escasso e a distância entre os dois maior. O futuro a Filipe pertence…

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2 respostas a Campeão dos campeões nasceu em Coimbra

  1. Ivo Barbeitos da Costa diz:

    Será importante manter este campeão “debaixo de olho” e apoiá-lo estrategicamente.

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